domingo, 9 de janeiro de 2011

O Último Raio de Sol

E então é assim?
Você veio, sei lá de onde, entrou sem bater, eu sem reação me acostumei com você por perto. Estava tão acostumado que nem percebi o momento em meu coração se abriu e sugou o seu ser para dentro de mim.
Éramos um. O que você sentia eu sentia. Chorava e ria com você e por você.
Como se fosse uma vida inteira, amei da forma mais grandiosa que alguém ama uma pessoa. Minha vida foi você. Tudo era você.
As lágrimas não param. O coração tá trincado, como um vidro acertado por uma pedra. Não sei o que falta para ele cair em pedaços. É tudo tão triste ao ponto de tudo parecer preto e branco.
O que mais me corta e que me faz sangrar é que você nunca foi parte de mim. Na verdade era tudo ilusão. Você morava em mim, era parte de mim, mas não estava sabendo. Nunca chegou ao seu conhecimento o amor latente que há em mim.
Faltou coragem de chegar e contar a verdade. Eu sabia, sempre soube, que seu contasse você se entregaria a mim. Amaria-me. Agora é tarde.
Alguém chegou e te levou de mim.
Na despedida, vi os seus olhos suplicarem pela verdade, pela declaração do meu amor. Mas minha boca não proferiu as palavras do meu coração.
Uma tarde de sol quente. Lá poente ele dava o último raio. No carro você levantava a mão timidamente e dava um tchau meio acanhado.
Eu vi o seu olhar triste. Vi também os seus olhos me fitando dizendo o que eu não conseguia dizer de maneira alguma.
Fiquei ali, desnorteado, vi o último raio de sol levar você. E a vida escureceu.


By: Alan Cesário

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