Depressão

Pensei que fosse apenas uma tristeza por ter perdido um grande amor e uma perda de meu avô. A dor e a tristeza tomava conta de mim. Aquele choro que era aberto a todos no momento de desespero, começou a se tornar cada vez mais obscuro e secreto. E como um ritual sagrado todos os dias, no calar da madrugada o sentimento de vazio e as lágrimas caiam. Ou na solidão das tardes frias e solitárias na sala sem ninguém. Uma música melodramática toca no rádio e aquele sentimento começa a aflorar. Um modo mais brusco no ato de uma pessoa irada também poderia ser considerado uma ofensa ou o medo de toda e qualquer pessoa estranha que se aproximasse de mim no meio da rua. E com o tempo tudo isso se torna mais intenso e incontrolável. Parece que alguma coisa está dentro de você e você não consegue tira-la. Aquela ponte, corda, faca ou qualquer coisa que possa ser sua amiga-falsa o chama. E por diversas vezes fui abordado pela polícia naquela ponte amiga-falsa. Sendo arrastado para fora dali com diversos esporros. Sem saber queria atentar contra minha vida, queria acabar com aquela dor da pior forma possível. E a melhor resposta foi o diálogo e a minha amiga-verdadeira foi minha mãe e minha psicóloga. O remédio foi uma das ajudas também, mas o esforço em entender que aquilo era controlável por mim foi decisivo. Cura não sei se tem, mas estou levando da melhor forma possível. Sentir este vazio nos momentos solitários da vida acaba sendo natural. Espero que um dia acabe.

Jeh Cyber